SAUDADES

No comboio parti para a grande cidade
Que fica no outro lado do meu mundo
Levei uma mala repleta de saudades
Da minha terra , no Alentejo profundo

Abri a mala quando cheguei ao Barreiro
E, já a bordo, debruçado no velho navio
Quando a cidade bem perto se avistava
Lancei as saudades todas para o rio

Mas tal como semente em chão lavrado
Que em seara se transforma de repente
As saudades de novo começam a crescer

E eu hoje olho o Tejo e fico admirado
Como passou um dia na minha mente
Que esquecia a terra que me viu nascer
XICO MENDES
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