PERDIDO
Perdi-me num nevoeiro de saudade
Ao recordar as ilusões adormecidas
Encontrei-me na clareza da verdade
Que acendeu um farol na minha vida
Fui barco que se perdeu em alto mar
E encontrou depois porto de abrigo
Fui marinheiro que só soube navegar
Quando senti o mar como um amigo
Fui pescador que usou redes sem saber
Que estava a pescar em águas interditas
Com artifícios que jamais podia usar
Mas em mares proibidos quis sobreviver
Fugir das densas brumas da desdita
E com vento a favor voltar a navegar.
XICO MENDES
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